sábado, 9 de abril de 2011

Prenúncio

Olhei-te
Como da primeira vez
Tão forte quanto o demais
E esse olhar
Que me ofereceste sem querer
Devorei-o sem te aperceberes
A tua respiração
Vincada nos meus lábios
Ainda me promete esse beijo
E o que sinto
Ainda que através de mim
É-o no teu corpo, tão em ti
Vais falar-me
Contar-me trivialidades
E segredar-me silêncios ao ouvido
E eu tocando-te
Na medula dos teus sentidos
Vou arrancar-te suspiros mudos
É o prenúncio
Do descontrolo corpóreo
Ditado pelos recônditos da alma

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