terça-feira, 2 de agosto de 2011

Retalhos

Sento-me na poltrona do desabafo
Talhada de impetuosa decadência
Olho, ao longe a minha desgraça
Não porque seja desgraçada
Ou porque não me permita rir
Mas porque me falta a graça
Ou apenas um gracioso sentir
Mascaro-me de feitios mundanos
Ultrajes de mim, castrações de ser
E o Tempo embala-me, fala-me de tempos
Sossega-me a alma por breves momentos
Leves, ténues, delgados sabores
De uma quadra corroída, gasta de si
É um partir que se erige em mim
E que se porfia em meu redor
Resoluto, irreverente, fácil de reter.

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