domingo, 4 de outubro de 2009

Olhar pedinte

Olhar pedinte
Mas com desajeitado sentir
Que pede pra ficar
mas não pára de partir
Desfocado...
Sempre tão desfocado

Queima até ao filtro
Peço agora eu
E um pouco mais
Queima, queima
Não te vás...

Insosso

Provei desmedidamente
De uma medida e tal
Ah... está insosso...
Falta-lhe sal

Pontua o meu querer

Eu quero eu quero eu quero
Quero tanto quanto quero
O que quero eu
Quero mais no meu querer
O quanto quero
E mais quero quero quero
Até o significado do quero se perder
Do quero quero quero
Todo o quero que puder ser

Desloco-me

Desloco-me parada
Sentada ou deitada
Vejo um rapaz de óculos
Guardado em invólucros
De tecnologias avançadas
Mas, de igual modo paradas
Sua mochila no chão
Que nem seu coração afinal
Com a ânsia da chegada
Onde talvez esteja a tal...
...esperança que lhe falta

Na rua

Na rua
Cheiros... de cigarros feitos
Mulheres
Que de montras fazem espelhos
E ajeitam seus cabelos
Olhares que se distinguem
Entre o contemplar e a verificação
"Será que pareço bem ou não?"

era

era a chuva a cair
não eram lágrimas no meu rosto
eram os raios do Sol
não era tristeza no meu olhar
era porque não tinha o que fazer
não era desalento em cada passo

Arte

Conheço quem detonou
as expectativas dos meus sentimentos,
outros não os saberei...
Não quero implorar na vida,
mas sei que já me humilhei...
Levanto-me a cada queda,
mais forte e maior...
De joelhos sou mais alta que muitos,
mas saltando,
outros tantos não atingirei...
Assim faço da minha alma,
a arte do meu ser!

Perigo do Porto











Dizia "Perigo de colisão. Não avance!"
Quando vi já estava a meio
e o sinal estava vermelho.
Continuei caminhando,
em direcção ao cais.
Tentando encontrar meu barco entre as pontes,
meu porto de abrigo.
Vejo um rapaz a passear o cão...
Já eu... passeio a minha solidão...
Se ao menos tivesse um cálice de Vinho do Porto...

PS.: Procura-me junto ao rio.

Se...

Se tenho corpo
e tenho mente
Nem corpo
nem mente sou
Poderei ser somente
O esboço que alguém pensou...

Quente

Quente...
Este gole de diferente
Deglutição ascendente
No íntimo de mim
Explorando...
Tão forte e em pranto
Nas plantas silvestres
De meu próprio jardim
Suave...
A brisa que me toca
E me provoca revolta
Tão presa e tão solta
Tão longe de ti
.........................
AFASTO-ME
.........................
Nunca te vi de verdade
Mas não acredito em maldade
Apenas desconfio que seja de mim
Acredito...
Nessa força súbtil de doce chegar
Pois sei...
Que não te buscando
Tu vais-me encontrar