domingo, 27 de dezembro de 2009

Espreita a Lua envergonhada










Espreita a Lua envergonhada…
Sim, tu Lua
No teu sopro fumado
Que te escondes por entre a neblina
Ou te desculpas pelo seu mover
E agora eu
Que me esforço em flexão mediada
Só para te ver
E saber que ainda aí estás
Desloco a cortina
E te olho de novo
E ainda mais na agitação do mundo
Que te encobre, mas não te oculta
Longe, no teu conforto…
Posso tratá-la por tu, não posso?
Afinal somos íntimas
Tão perto das estrelas,
Mas sem lhes tocar
Companheiras no encaminhar de sonhos
Sempre ambicionamos ter luz própria
Não temos? Mas assim nos vêem
E não és intermitente
Mais ou menos exposta apenas
É brilho
Se não em nós, no olhar
Que nos contempla e nos quer tocar
Lunáticas e queridas
E o caminho nos afasta
Mas sempre aqui estamos
Presentes, escondidas talvez
Convido-te para beber um copo
Sei que queres tanto como eu
Afinal, somos idênticas no sentir
Olá! Ainda aí estás?
Pois é… Esperamos sempre
Pela despedida de quem nos vira as costas
Nunca nos observam partir...

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